(Foto: Serra da Cozinha Créditos a Cida Medeiros) |
A Serra da Cozinha é um dos principais pontos do relevo do município de Várzea, conhecido e admirado por todos. Fica localizada próxima a comunidades rurais como Xique-Xique, Caiçaras, Loreto, Ipueiras Fundas e assentamento São Vicente. Sempre azulada, sempre imponente, é parte secular da paisagem do nosso município e desde sempre colore a nossa lembrança e compõe nossas fotografias.
Afinal, quem nunca parou no "Alto da Boa Vista" só pra ficar observando sua magnitude natural, a beleza das rochas ou as curvas de suas formas que lembram com sutileza o movimento das serpentes do sertão?
(Foto: Grota e Pedra "cabeça de Martin", na Serra da Cozinha. Créditos a Isaú Medeiros) |
Talvez muitos já tenham ouvido que lá já foi palco de morada de onças canguçu no passado, ou mesmo conheçam a "furna dos morcegos", o "cabeço do pião", ou o "lageirão" onde antigamente se lavava roupa. O que poucos sabem, porém, é que a nossa famosa Serra da Cozinha nem sempre foi chamada assim. Seu primeiro nome fora "Serra do Brito", por se localizar na direção de uma região rural chamada "Brito" do município vizinho de São Mamede. O batismo de "Serra da Cozinha", veio somente na segunda metade do século XIX.
Foi assim: por volta de 1850, o português Manoel Tavares da Costa, que consta na história oficial como desbravador e primeiro habitante do município de Várzea, habitava em um sítio chamado Albino, que hoje faz parte do município de Santa Luzia. teve, porém, de abandonar sua residência junto com sua esposa, Josefa Rodrigues da Silva, em decorrência do ataque de índios da região.
Aconteceu que, uma noite, os índios tentaram incendiar sua morada, cercando-a de lenha, não chegando, contudo, a atear fogo. Na manhã seguinte, Manoel Tavares resolve mexer os pauzinhos e busca outro local no município para morar imediatamente. Assim, compra, pelo valor de 150 mil réis, o sítio do senhor Manoel Nóbrega, localizado às margens do rio Moicó e hoje propriedade do senhor Inácio José de Almeida (Inácio Loló). Pertinho do rio, o sítio tinha terras férteis e uma paisagem privilegiada. A casa, um pouco mais ao sul da casa do atual proprietário, hoje não existe mais. Talvez se encontre por lá ainda sua tapera, rastros do que foram os resquícios iniciais da história de nossa cidade.
Manoel Tavares gostava de ficar observando a serra no final da tarde como se quisesse contemplar toda a poesia bucólica do lugar. Seu ponto predileto de observação era da porta da cozinha, rumo sudoeste, onde se podia contemplar a serra mais detalhadamente, em todo o esplendor gratuito da natureza. E então a Serra do Brito passou ser a Serra da Cozinha, nome pelo qual até hoje conhecemos.
Passados muitos anos, a serra deixou de ser contemplada apenas das cozinhas ou dos oitões das residências varzeenses, e atualmente é mais fotografada pelas lentes das câmeras digitais. Seja como for, a Serra da Cozinha continua lá, ilustrando a geografia de nossa cidade em toda a sua altivez e beleza desafiadora, figurando como um registro importante de nossa comprida história e principalmente sendo um convite a mais para observar o por-do-sol.
Bravo!
ResponderExcluirQue coisa mais linda
ResponderExcluirQue coisa mais linda
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